Postagens Científicas

segunda-feira, 27 de abril de 2015

CONHEÇA O PLANISFÉRIO CELESTE: COMO ELABORAR UM?




O Planisfério
 
Um planisfério é uma esfera celeste planificada que deixa à mostra apenas a parte do céu que é visível ao longo do ano em uma determinada região da Terra.
A aparência do céu visível em um determinado lugar depende da hora do dia, da época do ano e da latitude do lugar. Uma carta celeste simples não consegue mostrar, ao mesmo tempo, todas essas combinações, sendo necessárias várias cartas para incluir todas as possibilidades. O planisfério combina em um único dispositivo as cartas celestes de um ano inteiro para uma determinada latitude. Consiste de um mapa do céu inteiro, coberto por uma máscara que deixa à mostra apenas o céu visível de um determinado lugar, em uma determinada hora e época do ano. Girando a cobertura, podemos ver como varia a aparêcia do céu visível nesse lugar com o passar do tempo. Esse instrumento é de grande utilidade como auxiliar na localização dos astros.
Geralmente os planisférios mostram todas as todas as estrelas mais brilhantes do céu; a Lua, o Sol e os planetas não aparecem nele, pois esses astros mudam de posição em relação às estrelas em poucas semanas.
Como a parte do céu visível ao longo do ano não   muda muito para latitudes próximas, o mesmo planisfério construído  para uma determinada latitude pode ser usado em lugares de latitudes vizinhas. Por exemplo, o mesmo planisfério feito para Porto Alegre ( latitude de 30ºS),  serve para grande parte do Brasil,  Argentina, Austrália e sul da África.


Por que a aparência do céu noturno depende da hora do dia e da data do ano

Devido ao movimento de rotação da Terra todos os astros que são visíveis em um determinado lugar executam uma volta completa no céu em 24h, de forma que as suas alturas (elevação em relação ao horizonte) e os seus azimutes (os ângulos em relação à direção norte-sul) variam constantemente. Como durante o dia as estrelas são ofuscadas pelo Sol, em uma determinada data só vemos aquelas estrelas que estão na direção oposta ao Sol, e que ficam acima do horizonte durante a noite.
À medida que a Terra gira em torno do Sol muda a posição do Sol entre as estrelas e, consequentementem, muda a parte do céu  que está acima do horizonte durante a noite.

A cada dia a Terra se move aproximadamente 1º em sua órbita. Como reflexo disso, o Sol se move 1° por dia em relação às estrelas, no sentido contrário ao movimento orbital da Terra. Conseqüentemente, se no in&iacuate;cio da noite observarmos a mesma estrela em meses sucessivos veremos que a cada dia ela nasce aproximadamente 4 min mais cedo do que no dia anterior. Em 15 dias, ela já fica 15º para leste em relação ao Sol, o que significa que ela já estará nascendo e se pondo 1h mais cedo.
Devido a isso,  o céu visível em uma determinada data à meia-noite, 15 dias mais tarde será visível  às 23h, e dali a mais 15 dias às 22 h, e assim por diante. No ciclo de um ano as estrelas voltam a ocupar a mesma posição no céu à mesma hora do dia.
Por que um planisfério não serve para qualquer latitude

Em qualquer lugar que estejamos na Terra, ao olharmos para o céu conseguimos enxergar apenas um parte dele, aquela parte que está acima de nosso horizonte.
Como o eixo de rotação da Terra tem uma orientação fixa, quando a Terra gira em torno desse eixo, de oeste para leste, nós vemos as estrelas se moverem, de leste para oeste, em trajetórias  paralelas ao equador da Terra. (Esse é um movimento aparente, um reflexo do movimento de rotação da Terra). O tamanho das  trajetórias diurnas das estrelas, assim como sua orientação  em relação ao horizonte,   depende da posição da estrela no céu e da latitude do observador na Terra.  Pessoas que vivem perto dos pólos geográficos vêm apenas as estrelas que pertencem ao hemisfério celeste correspondente, pois as trajetórias diurnas das estrelas são paralelas ao horizonte (veja a terceira figura da ilustração abaixo) e portanto as estrelas que estão no céu são sempre as mesmas. Pessoas que vivem perto do equador vêm estrelas dos dois hemisfério, pois elas descrevem trajetórias perpendiculares ao horizonte (figura do meio na ilustração abaixo) e portanto o tempo todo tem algumas estrelas que estão se pondo e outras que estão nascendo, mudando a aparência do céu. Pessoas que vivem em latitudes intermediárias, como Porto Alegre (primeira das figuras abaixo), vêm, ao longo do ano, todas as estrelas do hemisfério sul e parte das estrelas do hemisfério norte. Portanto a parte da carta celeste que é visível em um determinado lugar depende da latitude desse lugar.

 
Movimento diurno das estrelas em diferentes latitudes.

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